sábado, 2 de junho de 2012

100 sentido(s)


Andando numa estradinha, passando por pedrinhas e mais pedrinhas tão minúsculas que nem nos damos conta de sua presença neste caminho. Continuando, vamos encontrando mais pedras ao nosso lado, mas estas são diferentes, são bem maiores, umas até nos fazem sombra, mas não nos afetam diretamente. Ora, por que nos preocupar com isso? Não está nos fazendo mal...
Seguindo caminho, essas tantas pedras ao lado não desaparecem, e começam a aparecer na nossa caminhada outras, mas estas não tão pequenas como as de antes, tomam uma dimensão um pouco maior, mas hora... Ainda não nos afetam, podemos passar por elas, erguer um pé e outro e passar por cima, somos maiores, isso não vai nos prejudicar.
Com mais tempo de caminhada, andando e andando, passando por diversos lugares, conhecendo inúmeras coisas, logo percebemos que no decorrer do caminho as pedras vão se tornando maiores, chega um ponto em que não é possível mais passar por cima, não basta apenas erguer os pés, mas ainda há alternativas, desviá-las ou ainda empurrar, levaria um pouco mais de esforço, mas, conseguiríamos continuar a caminhada.
Seguindo, logo vai dificultando-se a jornada. Até chegar um ponto onde tudo o que se fez lá atrás não adianta mais, não dá para passar por cima, não dá para empurrar para o lado, desviar. Um paredão como se as pedras que no começo estavam do nosso lado fazendo algumas vezes sombra entrassem no nosso caminho. Estamos presos pelo lado e pela frente, voltar não dá mais, o que já passamos não é possível retornar, é um caminho fragmentado e sem volta.
O que iremos fazer? Enfrentar essas pedras e destruí-las com todas as nossas forças? Sentar e esperar, sofrer por não poder fazer nada? Tentar subi-las, com possibilidade de cair e se machucar não podendo agarrar em nada, deslizar pelas dificuldades, procurar um ponto de apoio, e se não houver? Esperar um terremoto, uma explosão, para destruí-las? Mas a gente no meio disso tudo vai aguentar esses eventos, esperando que a pedra não aguente e se desfaça, e aí o caminho estar aberto? Será que é melhor sentarmos e esperar o tempo dar uma solução? A chuva aparecer, um dia forte outro dia fraco, a garoa, logo após o sol, o vento e a chuva novamente, o que vamos fazer enquanto isso? Continuarmos parados? Em que mundo estamos? 
O que faz uma pedra ao nosso lado e na nossa frente? Por que na verdade estamos sozinhos? Por que não podemos voltar? Por que não aparece alguém? Por que? Eu não queria estar aqui, por que estou? Deixa eu sair, eu prosseguir, me dá uma ajuda, mas se estou sozinho a quem peço? É eu, é só isso? Eu e dificuldades, eu e o tempo, eu e meus pensamentos e sentimentos, eu, eu, eu, eu... e mais “alguém ou alguéns” me afetando diretamente que nem sei onde está e por que está, se é que existem. Onde é isso?

(Renan Vinícius Gnatkowski)

3 comentários:

  1. Muito bom kra... ótimo texto... me fez refletir bastante...

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  2. ow que bom ler isso Alberto...Fico feliz que gostou (:

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  3. Oi amiguinho, confere a publicação do meu livro...
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