quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A história de Amor e Solidão


     Aquela linda ave que sempre foi livre,  nunca precisou de ninguém ao seu lado,  nunca teve amor e companhia,  mas mesmo assim nunca sentiu falta,  pois sempre foi acostumada a viver só de um modo independente de tudo,  encarando friamente seu dia a dia.  Essa ave era triste e não sabia.  O nome dela era Solidão.
    
    Um certo dia ela encontrou outra ave, chamada Amor, ora, foi um espanto, esta, era completamente diferente no seu modo de voar, seu modo de cantar, olhar e principalmente o modo de encarar a vida. Como era de se esperar, Solidão, não foi falar com a bela ave, o orgulho sempre esteve presente. Portanto Amor foi quem veio.

    Logo na primeira conversa,  Solidão foi falando tudo o que pensava,  sem parar,  palavras sendo ditas como um metralhadora ao ar livre,  palavras insignificantes que dizem nada com nada,  sem sentido,  sem emoção,  sem valor algum,  sem entendimento até para quem diz.  Amor se manteve calada,  ouvindo atenciosamente mesmo que tudo aquilo seja falado da boca pra fora.  

Em um instante de silêncio, Amor perguntou a Solidão: Você é feliz?
    
    Solidão que tudo respondia, a esta pergunta permaneceu em silêncio.  Não sabia responder, nunca havia se questionado quanto a isso, tinha seu próprio ponto de vista, enxergava a vida assim,  como sempre foi e sempre vai ser,  não há como mudar.

   Então, Amor contou-lhe sobre sua vida, falou das emoções, da felicidade, dos sonhos, conquistas assim como da tristeza, orgulho, maldade e sofrimento.  Solidão achou tudo aquilo uma besteira, uma tremenda perca de tempo,  e em minutos depois os dois começaram a discutir.  Dois pontos de vista diferentes,  duas aves num mesmo habitat,  mas   com histórias e maneiras de agir e pensar opostas.

    Amor por mais inteligente, grandioso que pareça até aqui,  não era perfeito,  não era um bom modo de ser uma ave (e não existe um modo certo de ser),  como todos nós imperfeitos e “incompletos”.  Amor apesar de dar valor a quem é, a sentimentos,  ao respeito com o outro, tinha um defeito enorme era muito dependente e inseguro, sentia tanta falta da outra pessoa como se ela fosse uma parte de seu corpo que minutos longe estaria morrendo, não conseguia ficar só, coisa muito diferente de Solidão,  assim como Solidão não conseguia ficar com alguém.  Eram opostos, totalmente diferentes, Solidão sem saber que os seus maiores defeitos era um pouco do que faltava em Amor (aprender a ter momentos sozinhos). E Amor com suas tantas qualidades tinha o que faltava em Solidão (aprender a viver com o outro e saber o que é a felicidade).
    Com o tempo, Solidão começou a refletir melhor o que Amor falava, e Amor fez o mesmo.  Cada um procurou pensar em si e ver o que poderia melhorar, e o que menos se esperava, aconteceu, eles formaram um casal.  Mesmo com suas diferenças, suas implicâncias, aprenderam a conviver juntos, havendo o amor, sentimento de entrega mútua, respeito, felicidade, valor ao que cada um representa na vida do outro, e solidão no sentido de que  cada um precisa de seu momento, cada um é diferente, as vezes precisa ficar só, é “completo” e a sua felicidade não depende necessariamente do outro, mas, que é com o outro que transbordamos esta felicidade, aprendemos a ser nós e eu ao mesmo tempo, aprendemos a compartilhar momentos, a entender outro ponto de vista, lutar para dar certo, entregar-se a um sentimento profundo e gigante mas também saber que terá que encarar a tristeza, dor e dificuldade pelo caminho. Tudo faz parte da vida, tristeza, felicidade, dor, prazer... só temos que saber conviver, aceitar, aguentar e melhorar.

    Será que Amor e Solidão viveram felizes para sempre? 
    Será que estão juntos até hoje?
   Bom,  eles podem nem ter ficado mais de um mês junto.   Ou então podem ter vivido um bom tempo feliz, por um tempo deu certo, mas teve que acabar, não era pra ser.  Ou então, eles estão até hoje um ao lado do outro, lutando para dar certo, convivendo cada um com os defeitos e qualidades do outro, passando pelas dificuldades, sofrendo também as vezes, porque não?  Mas ainda há aquele sentimento de felicidade muito forte, amor mútuo que os une num laço, que é difícil de ser desfeito, pois um necessita da companhia do outro e não pensa em outro alguém para estar ao lado.
(Renan Vinícius Gnatkowski)

domingo, 7 de outubro de 2012

And then is it?


   E o que eu faço com o amor que eu sinto por você?
   Onde eu guardo a lembrança de seu olhar que brilhava ao me ver?
   Seu sorriso tímido junto com seus olhos quase fechando? 
 O que eu faço com as tantas coisas que você me disse? 
Até aquelas as quais eu duvidei, fui um chato em discutir, aquelas que eu sabia que você tinha razão, mas duvidava... E aquelas então que você não tinha razão, mas era tão lindo, pois, era acompanhado de sua inquietude, tentando esconder a irritação pra gente não brigar...

   O que dizer de suas manias? Melhor, o que fazer pra esquecer suas manias? 
   A teimosia sempre presente, uma pessoa mais teimosa que eu, vai entender, eu sinto falta...
   Nosso tempo junto foi curto em comparação ao que podia ter sido.
   Tive tanto medo de te perder, que acabei de perdendo justamente por isso...
   Resumiria a relação entre o doce e o amargo. Uma combinação perfeita.
   Houve amor, sim...
  Mas o amor é suficiente? Vejo que não... Sempre é preciso mais, e esse algo a mais não chegou a tempo e a nossa relação acabou terminando.
  Agora estou aqui expondo meus sentimentos, tentando direcioná-lo para algum lugar já que é “impossível” ele ir até você.
  No momento encontro só esse modo de descarregá-lo. Um dia acho que ele acaba, quem sabe a cada texto que escrevo, a cada palavra que digo sobre você, a cada pensamento que tento ignorar, a cada dia que passo na rua que espero te encontrar e as pequenas coisas que me lembram você vão passando aos poucos... É isso que quer? Tem certeza?
  Bom, não é minha intenção exigir uma resposta... Mesmo eu já sabendo ela, pois você cansou de me dar ela, não?
  Acho que o texto acaba por aqui, como tudo na vida acaba. Mas acaba sempre deixando marcas, até quando morremos. Como a marca de nossa presença que fica nas pessoas que amamos.


(Renan Vinícius Gnatkowski)

sábado, 6 de outubro de 2012

Sentir saudade dói


Sentir saudade de quem não há nenhuma possibilidade de estar junto dói mais ainda.
Sentir saudade pensando nas coisas boas.
Sentir pena das coisas que foram feitas erradas e dor por não ter como consertá-las.
Já  esqueci de quantas vezes me perguntei, será que podemos voltar? O que nos impede? 
Porque eu ainda sinto?
        
         Pra não me direcionar para um lado só, saudade é boa, sim é...  Mas, quando temos 
a possibilidade de ter junto este alguém.  Sentir saudade dos momentos bons e saber que isso pode acontecer mais e mais vezes e ainda ser melhor do que o esperado...

Mas, algumas coisas são interrompidas no meio do caminho.

       Sabe aquele trajeto que você construiu e achou que um dia ia realizar com este alguém? Hoje sobraram só saudades e o sentimento sufocado aqui dentro sem poder sair.
  E nisso vamos levando, fugindo dessas coisas mais e mais a cada dia, acreditando que vamos superar e esquecer parcialmente. Vamos seguindo acreditando no amanhã e suas incertezas, obstáculos, surpresas e no eterno surpreender.
   Sentimento faz parte na ligação com uma pessoa, o afastamento depois faz parte, é um risco, seres humanos são diferentes, e a cada dia percebo que o jeito mais errado é querer encontrar alguém igual, idêntico a você, estamos aí para encontrar alguém com uma boa companhia, que seja com suas loucurinhas, com suas “piras”, com seus gostos, mas que no fundo haja amor, respeito, compreensão e uma relação de um melhorar, aprender e viver bem com o outro.

(Renan Vinícius Gnatkowski)